The concepts of potential output and potential output growth are important for the conduct of monetary policy, as well as for short and long-term economic analysis.*

The concepts of potential output and potential output growth are important for the conduct of monetary policy, as well as for short and long-term economic analysis.*

Produto Potencial

Os conceitos de produto potencial e crescimento do produto potencial são importantes para a condução de política monetária e para a análise de uma economia no curto e no longo prazo. O produto econômico (normalmente utiliza-se o PIB, produto interno bruto, para medi-lo) é uma medida de tudo que é produzido dentro de uma determinada região geográfica num certo período de tempo (tudo produzido no Brasil no 1º trimestre de 2012, por exemplo). Esse produto é chamado de agregado por incluir todos os setores da economia (agropecuária, indústria e serviços).

A experiência internacional mostra que a tendência de longo prazo do produto é de crescimento para a maioria das economias, tanto desenvolvidas quanto em desenvolvimento. Longo prazo nesse caso seria um prazo de diversos anos ou décadas. O crescimento da economia no longo prazo ocorre devido a dois motivos: crescimento dos fatores e crescimento da produtividade. Os fatores utilizados para a produção são abstraídos na análise dos economistas em dois: capital e trabalho. Por capital é entendido todo o produto utilizado para produzir-se outro produto, mas que não é consumido completamente no processo de produção. No caso de uma carpintaria que utiliza ferramentas para transformar tábuas de madeira em móveis, por exemplo, as ferramentas e a construção onde se encontra a carpintaria consistiram no seu capital. As tábuas de madeira não seriam capital, sendo a matéria-prima consumida no processo de produção. Trabalho, por sua vez, é definido como as horas empregadas no processo de produção. A mensuração dessas variáveis é complexa, mas é factível, mesmo que com certa margem de erro.

Parte da tendência de crescimento de longo prazo do produto das economias vem do crescimento dos fatores de produção. As horas trabalhadas aumentam com o crescimento da população, devido a uma maior quantidade de pessoas disponíveis para trabalhar e issosó é revertido quando o envelhecimento da população começa a afetar a oferta de trabalhadores, algo que está sendo visto no Japão e em alguns países europeus.

O fator capital sofre depreciação ao longo do tempo, significando que para seu crescimento é necessário que o investimento seja grande o suficiente para mais do que compensar essa depreciação. É isso normalmente o que ocorre nas economias ao redor do mundo, e o Brasil não é exceção. A taxa de investimento (que mede o quanto do que é produzido num ano é utilizado para investir e aumentar a capacidade produtiva do capital) do Brasil é baixa em relação a outros países em desenvolvimento, porém ainda é o suficiente para que haja crescimento do estoque de capital.

Além desses dois fatores, o produto potencial também cresce devido à produtividade, a qualafeta o produto através da tecnologia. Entenda-se por tecnologia qualquer conhecimento acerca de como combinar os fatores de produção para que o produto seja fabricado. Dessa forma, a introdução de uma nova forma de produção (como a produção em massa descoberta por Ford no começo do século XX) ou novos produtos (como processadores de texto que tornam o trabalho de escrever um texto mais fácil do que na época da máquina de datilografar) seriam vistos como crescimento tecnológico e um aumento da produtividade na medição do produto. No longo prazo a maior parte do crescimento econômico é atribuída ao crescimento da produtividade. No Brasil, a produtividade era crescente nos anos 90 e em boa parte dos anos 2000. Nos anos mais recentes, no entanto, o crescimento da produtividade tem desacelerado e até ficado negativo nas últimas medições, provavelmente devido ao fim do processo de reformas estruturais.

O produto potencial é o produto condizente com uma taxa de inflação estável. Ou seja, nesse nível de produto os fatores de produção estão sendo utilizados na sua taxa natural e não há pressão para que os preços de se utilizar tais fatores aumentem. O preço de se utilizar o fator trabalho é o salário, e o preço de se utilizar o fator capital é o aluguel do capital. Há sempre uma margem de ociosidade no uso desses fatores, a ser utilizada em épocas de maior demanda. O que acontece nas economias ao longo da história e ao redor do mundo é que a taxa de utilização dos fatores de produção não fica constante, mas oscila ao redor de um certo nível, chamado de nível (ou taxa) de equilíbrio/neutra. Essa oscilação é chamada de ciclo econômico. Quando a taxa de utilização dos fatores de produção está elevada é dito que a economia está aquecida. A produção está acima do que normalmente seria visto e, como há escassez dos fatores de produção, há pressão no aumento dos preços desses fatores. Os empresários aceitam essa pressão caso sintam que é possível repassar esse aumento de preço adiante, o que ocorre quando a economia está crescendo. Isso leva a um aumento generalizado de preços, isto é, à inflação. Os bancos centrais ao redor do mundo, portanto, observam com bastante atenção o produto potencial dos seus países, para ver se a economia está operando acima ou abaixo dele e se há ou não pressões inflacionárias. Uma forma equivalente de se ver isso é observar se a taxa de utilização dos fatores (taxa de desemprego no caso do trabalho e nível de utilização da capacidade instalada, NUCI, no caso do capital) está acima ou abaixo da taxa neutra.

Redator: Rafael Yamano

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