This week starts with less liquidity, given the US holiday. However, investors remain wary of new downturns in emerging markets, despite the news on some attempts to change macroeconomic politics.*

Edição 2089

03/09/2018

Semana se inicia com menor liquidez, devido a feriado nos EUA, porém com investidores ainda receosos de novas quedas nos mercados emergentes, mesmo com algumas notícias de tentativas de mudanças de política macroeconômica. Na Argentina há rumores de medidas para diminuir o déficit fiscal, com aumento de impostos sobre exportações de produtos agrícolas e possível redução de ministérios, enquanto na Turquia a inflação acima do esperado fez com que autoridades do Banco Central do país dissessem que fariam o necessário para contê-la na próxima reunião do comitê de política monetária. Nessa semana ainda ocorrerá o anúncio sobre alta de tarifas dos EUA sobre US$ 200 bi de importações chinesas, provavelmente na quarta-feira.

As bolsas asiáticas seguiram em queda com receios sobre o comércio mundial. O índice regional de ações MSCI Asia Pacific recuou -0,7%, com queda de -0,69% no índice Nikkei225 do Japão, e -0,17% na bolsa de Xangai. O iene está se desvalorizando levemente contra o dólar, -0,06%, cotado a ¥/US$ 111,10. O índice PMI manufatura não oficial da China (divulgado pela Caixin) ficou abaixo do esperado, em 50,6 contra expectativa de 50,7 e desacelerando em relação ao dado anterior, de 50,8.

Na Europa, bolsas operam sem direção única. O índice pan-europeu de ações, STOXX600 sobe 0,07%, coma altas de 0,77% no FTSE100 de Londres e 0,04% no CAC40 de Paris. Porém há queda de -0,12% no DAX de Frankfurt. O euro está apreciando 0,09% contra o dólar, cotado a US$/€ 1,1612. Os PMIs divulgados na Europa não ficaram muito longe das prévias, com apenas o PMI da Alemanha vindo um pouco abaixo (55,9 contra 56,1).

Os futuros de ações da bolsa de Nova York estão em alta, com o S&P500 subindo 0,35%. Hoje diversos mercados americanos, como o de juros, não abrem devido ao feriado do dia do trabalho. O dólar está praticamente estável contra as moedas de países desenvolvidos, com o DXY caindo -0,04%. Contra as moedas de países emergentes, no entanto, o dólar se aprecia 0,3%, em especial contra lira turca (1,22%) e rand sul-africano (0,91%). Nessa semana será divulgado o dado de emprego nos EUA, payroll, na sexta-feira, sendo esperado aceleração da criação de vagas de trabalho de 157 mil para 193 mil.

Os preços das commodities operam em ligeira alta hoje, com o índice geral da Bloomberg subindo 0,14%. Há alta nas commodities energéticas e agrícolas, porém queda nas commodities metálicas. O preço do petróleo tipo WTI está subindo 0,19%, cotado a US$ 69,94/barril.

No Brasil, já saiu uma pesquisa eleitoral da instituição financeira BTG, que não mostrou muita novidade em relação às anteriores, com o cenário ainda sendo de candidatos não centristas na frente da disputa. O IPC-S da 4ª semana veio em linha com as expectativas, 0,07% contra 0,06%. Hoje será divulgada a balança comercial de agosto, sendo esperado superávit de US$ 4 bi. Na semana ainda sairá o IPCA de agosto, para o qual se espera um dado baixo (0,00%) e a produção industrial de julho, com a mediana das expectativas sendo de queda de -1,4% M/M, acomodação em relação à alta do mês anterior (13,1%). Em dia de menor liquidez, o real pode se depreciar, acompanhando as moedas de outros países emergentes. Os juros futuros, por sua vez, podem cair, com o cenário benigno de inflação e o julgamento do TSE na semana passada sobre quais candidatos podem participar da propaganda eleitoral. A bolsa, por sua vez, deve ter queda, com a redução das commodities metálicas podendo impactar algumas empresas.